O que envolve o fenômeno que acelerou o ciclo de consumo de moda?
O fast fashion é um movimento que identifica, produz e distribui em tempo recorde produtos com preços acessíveis e design atualizado.
Seus produtos foram rotulados por muitos como a moda “descartável”, por conta da falta de qualidade em seus acabamentos e materiais. Para outros, foi classificado como a moda “acessível”, pois permitiu uma espécie de inclusão social, pelo design atualizado. É impossível ficar “fora da moda” graças a ele.
Mas ele é um mocinho ou um vilão?
A positividade do fenômeno é clara, nos últimos anos ocorreu um grande aumento de ofertas de empregos em todo sistema que envolve o segmento moda. Entretanto, o ponto negativo vem da própria indústria, pois foi denunciado o trabalho escravo em países como China e Índia.
Já outra negatividade do movimento só foi delatada algum tempo depois, quando foi percebido que o destino dessas roupas após o uso não eram os brechós, mas sim o lixo comum, nada seletivo e altamente poluente.
O que pode ser feito na tentativa de minimizar essa questão?
É fato que tal movimento não vai “murchar” totalmente por conta de denúncias, o que importa é reconhecer que na ponta final ainda pode-se realizar algumas ações, tais como:
Campanha de Doação - Não vão faltar receptores para esses produtos. Evitar a sazonalidade (inverno, enchentes etc…) e contar com grandes centros de visitação (shoppings e supermercados) são determinantes para exercitar o hábito de doar.
Coleta de Lixo Têxtil - Muitas associações já trabalham com esse material. Algumas vezes ficam carentes deles, pois não contam com a organização do sistema público. Na França segundo Lylian Berlim (coordenadora do curso de pós-graduação de Design de Moda da UNILASALLE - www.unilasalle.com.br ), além da coleta seletiva existem regras rigorosas que caso não sejam cumpridas geram até multa.
Escambo - Promover eventos onde não se usa a moeda para trocar produtos com certeza suavizará o movimento. Recentemente foram promovidos encontros desse tipo aqui no Rio de Janeiro que foram o maior sucesso! Uns levam roupas, outros guloseimas, alguém cede o espaço da casa e pronto!
Dando uma guinada para os varejistas de pequeno e médio porte, me ocorreu que dentro desse movimento, que sem querer eles se envolveram (o fast fashion só pode ser praticado por grandes varejistas), em competitividade de preço e atualização, repasso umas dicas: Faça uma reeducação quantitativa da sua grade e repense sobre a variedade da sua cartela de cores. O resultado será o estoque zerado!
Aproveite para ler o trecho do texto que eu falo sobre a moda Sem Estação.
Para pensar: Suzy Menkes editora do International Herald Tribune comentou que “toda moda é gerada a partir da cultura do momento” o que faz pensar que atualmente cultuamos necessidades que estruturam muito bem o fenômeno fast fashion.
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